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Exportações da RGInt de Patos de Minas, no valor total de US$ 2,27 bilhões, foram 12,45% maiores do que em 2022

Boletim de Comércio Exterior da Região Intermediária de Patos de Minas (dezembro de 2023)
por Henrique
Publicado: 15/03/2024 - 11:27
Última modificação: 15/03/2024 - 11:27
No Boletim de Comércio Exterior da Região Intermediária de Patos de Minas (RGInt), de dezembro de 2023, é visto que as exportações da Região, no ano, foram de US$ 2,27 bilhões, sendo 12,45% maior do que em 2022, e, também, superiores a todos os anos da série (desde 1997). Em quantidade (1,30 milhões de toneladas), as vendas externas aumentaram em 38,79%.

Assim, pelos índices (preço, quantidade e valor) calculados para a RGInt – que são ponderados pela participação de cada produto exportado –, nota-se que as exportações foram favorecidas pela elevação dos preços (+2,01%), mas apresentaram aumento, principalmente, pela expansão em quantum (+9,43%).

Por município, Paracatu, Patrocínio e Unaí, nessa ordem, foram os maiores exportadores, concentrando 81,62% do valor total no período. Para as exportações em relação ao PIB, Paracatu exibiu o maior indicador (93,79). Quanto ao aumento das exportações destaca-se, principalmente, Paracatu, que demonstrou aumento de 18,76% (impacto de 9,27 p.p.) em valor e de 609,11% em quantidade. Mas também foram importantes os aumentos do valor exportado de Coromandel (impacto de 2,10 p.p.) e João Pinheiro (impacto de 1,78 p.p.).

Dos 76 produtos exportados pela RGInt em 2023, Ouro, Café e Soja foram os principais produtos vendidos, agrupando 90,44% do valor exportado no período. Dentre os produtos que puxaram a elevação do valor exportado destaca-se, primeiramente, o Ouro (impacto de 6,80 p.p.) e, em segundo, a Soja (impacto de 4,16 p.p.), em que ambos exibiram os maiores valores exportados desde 1997 (último dado disponível). O aumento das receitas com as vendas de Ouro adveio, principalmente, do aumento de preços (+10,42% nos preços e +3,30% nas quantidades), enquanto a Soja apresentou aumento expressivo do volume vendido (47,05%) e queda nos preços (-14,58%). Os aumentos mais relevantes das exportações desses produtos ocorreram por Paracatu.

Para as exportações em Reais, no comparado dos anos – R$ 11,32 bilhões em 2023 e R$ 10,42 bilhões em 2022 –, o aumento foi de 8,63% (inferior aos 12,45% em dólares). Essa diferença ocorreu devido à valorização do real frente ao dólar nesse ínterim (3,29%).

Para a taxa de câmbio real efetiva IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) – exportações, básicos –, essa demonstrou movimento de desvalorização em 2023. Assim, esse resultado exibiu um cenário de melhora para a lucratividade dos exportadores (nesse ponto), uma vez que os preços internos (custos) aumentaram menos do que os externos, ainda que o rendimento advindo da conversão dos dólares recebidos, para reais, foi menor.

As exportações do Brasil, dos mesmos 16 principais produtos vendidos ao exterior pela Região, no ano de 2023, tiveram variação positiva do valor (+12,09%), mas queda em quantidade (-10,01%) em relação a 2022, enquanto a RGInt demonstrou aumento pelos dois indicadores (+12,42% em valor e +38,79% em quantidade). Essa diferença se deu, principalmente, pelas maiores taxas de crescimento das quantidades exportadas de Ouro, Café, Soja e Milho pela RGInt em relação ao Brasil, com destaque para o fato de que as quantidades exportadas de Ouro e Café pelo Brasil como um todo reduziram-se neste período.  

Dentre os diferentes países de destino das exportações da RGInt no ano de 2023, Canadá, Suíça e China foram os maiores compradores da Região (68,21% das exportações totais). Quanto à elevação das exportações, destacam-se, principalmente, as compra (em dólares) de Suíça e China (impactos de 7,51 p.p. e 4,78 p.p., respectivamente).

Ao observar a relação entre produto e destino/país, para os produtos que mais impactaram as exportações da RGInt, vê-se que o aumento das vendas de Ouro ocorreu para Suíça (impacto de 7,52 p.p.), enquanto o crescimento das exportações de Soja foi principalmente para a China (impacto de 4,56 p.p.).

Para o estudo por Fator Agregado, verifica-se que os produtos classificados como Semimanufaturados foram os principais exportados pela Intermediária de Patos de Minas (49,01% do valor em 2023), sendo esse valor muito próximo à participação da classificação Produtos Básicos (44,74%). Pela Classificação Internacional Padrão por Atividade Econômica (SIIT), vê-se que 49,01% dos produtos exportados são da Indústria de Transformação de Média-Baixa Tecnologia.
 

Os resultados das importações da Região e outras informações relacionadas podem ser encontradas no Boletim completo, disponível aqui!

 



Henrique Ferreira de Souza
Doutor em Economia e Economista/Pesquisador do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais (CEPES)
Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
 
Email para contato: comunica@cepes.ufu.br
 
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